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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Não se preocupe com a perfeição - você nunca irá consegui-la. Salvador Dalí



Feito um quadro de Dali

                O teu sorriso é impreciso
                Feito um quadro de Dali
                Teu silêncio é um grito imenso
                A ecoar dentro de mim

                Toda essa dor fere de cor
                Esses teus olhos de rubi
                Eu já não quero esse mistério
                Que te faz tão triste assim

                A vida é o dom de luz e som
                O sol de cada novo amanhecer
                Cedo ou tarde hás de saber
                Que somos parte dessa arte
                Da incrível arte, meu amor
                De todo dia renascer

                A tua lágrima é um oceano
                Um temporal no mar sem fim
                É noite escura sob a chuva
                Que inundou nosso país

                Abre a janela pras manhãs
                Colhe essa flor que há em ti
                É sempre em nós que está a voz
                Quando esse não.... volta a ser sim.


                                                                  Martim César

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Para que serve a utopia? Eduardo Galeano




Pelas veias de Galeano


Das mil veias de Galeano correm rios de poesia
Mas não são águas serenas sobre o sul do continente
São cursos de água profundos, da triste cor da sangria
Memória gravada em fogo na alma da nossa gente


São dias de amor e guerra, relatos dos esquecidos
Dos que entregaram suas vidas por um sonho                                                                              libertário
Num mundo ponta-a-cabeça de tantos homens                                                                              vencidos
E uns poucos movendo os fios de posses, regras e                                                                          horários


Para que serve a utopia?... Sempre hão de perguntar
Se quando estamos bem perto, ela já está mais além
Para que serve a utopia? Se não a alcança ninguém...!
Tu nos ensinaste, Galeano... serve para caminhar!!!
         
E se a vida não é isso, o que a vida, enfim, será?
O que nos faz seguir em frente sempre é o nosso sonhar!
       

Das mil veias de Galeano nascem mares turbulentos
Mas no meio das correntes há um tempo para abraços
Frágeis flores de esperança contra a força desses                                                                                ventos
Que querem o mundo girando sob a bota dos seus                                                                              passos


São mortes e nascimentos, palavras ternas e andantes
São caminhos ameríndios, descoberta que não houve...
São mulheres exemplares nos mostrando que o                                                                            importante
É o que fazemos da vida e não a vida que nos coube!!!


                                                                Martim César


quarta-feira, 15 de abril de 2015

Homenagem ao mestre das utopias: Eduardo Galeano.




Um poema cruzando as grades

           


        Caso algum dia o descaso sobre quase tudo prevaleça
        E pelas ruas a indiferença, tal como pedra se instale
        Que o poeta se levante, que sua voz nunca se cale
        Que toda mentira encoberta, em cada verso apareça

        Palavra é adaga viva, pronta a ser desembainhada
        Quem cala consente a fome na mesa de quem precisa
        Há temporais que começam se disfarçando na brisa
        Depois arrasam o mundo; e o tudo se volta em nada

               O poema é linha de frente, escudo contra a opressão
        Resistência dos que sofrem, asas de luz e utopia
        Pois podem matar o poeta, tentar calar sua canção
        Porém, por mais que procurem, não calarão a poesia

        O poema é arma de vento, punhal que fere na escrita
        Defesa dos oprimidos, papel mostrando a verdade
        Pois podem matar o homem, prender sua mão maldita
        E o poema ainda será livre cruzando todas as grades

        Caso os Quixotes um dia desconheçam suas trincheiras
        E ataquem os indefesos em vez de a fúria dos moinhos
        Que o poeta use da pena e nos mostre essas fronteiras
        Entre quem cultiva flores e quem rega só os espinhos

        Palavra é bala invisível que atinge a carne da alma
        Há que se usar com cuidado para não errar o seu alvo
        Deve sempre quem escreve manter a mira com calma
        Para alcançar só o culpado, para o inocente ser salvo!

                                                                Martim César

        

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Reponte de São Lourenço do Sul - Show Nacional Sá e Guarabyra - Música concorrente em homenagem às mães da praça de Maio

Cuando una plaza llora
                                                                                    A Juan Gelman, por su lucha   
           
Las madres siguen caminando
En la Plaza de Mayo
Hace mucho que son abuelas
De niños casi olvidados

Pero no habrá nunca olvido
Para quién fue sangre y memoria
Porque una vida nace y muere
Pero no se apaga su historia

Hoy los tiempos ya son otros
Pero quizás sean los mismos...
Los cóndores solo están disfrazados
Esperando en la paz de sus nidos

Una llovizna cae sobre Buenos Aires
Y es el llanto de las madres
Con lágrimas de memoria
Más bien es el llanto del mundo
Recordando un tiempo oscuro
Cuando una plaza llora...
Son las madres de mayo
Son los desaparecidos

Los días siguen avanzando
Hacia el futuro, siempre más
Y ellas ahí están.. todos los jueves
 ¡Ni un paso atrás!...  ¡Ni un paso atrás!

Son golondrinas con pañuelos blancos
Que levantan la bandera de sus hijos
Con su ejemplo van mostrando al mundo
Que ellos son mucho más que desaparecidos

 ¡Aparición con vida!... siguen resistiendo
Marchan en la plaza, son como palomas
Sólo hay una lucha que al fin se pierde...
Aquella, compañero, que un día se abandona

AlanOtto/MartimCésar


sexta-feira, 10 de abril de 2015


31º REPONTE DA CANÇÃO COMEÇA HOJE

O 31º Reponte, um dos mais significativos e bem organizados festivais do estado, inicia nesta sexta-feira, 10, e se estende ate domingo,12,  tendo como local o Galpão Crioulo do Camping Municipal da cidade de São Lourenço do Sul. 
Além das 14 músicas concorrentes – 7 da linha de manifestação campeira e 7 da linha de manifestação regional -  o público que prestigiar o evento poderá conferir bons espetáculos a cargo do Grupo Querência, do cantor Daniel Torres e  da dupla Sá e Guarabira.
As concorrentes no 31º Reponte são as seguintes:

Linha: Manifestação Regional
1. Cuando Una Plaza Llora
Letra: Alan Oto Redu e Martin Cesar Gonçalves
Música: Hector Rojas
Gênero musical: Zamba Andina
2. Viola Doida de Pedra 
Letra e música: Bilora
Gênero musical: Congada
3. Do Lunar de Sepé 
Letra e música: Chico Saga
Gênero musical: Chamamé
4. Refúgios 
Letra e música: Cirio Ferreira
Gênero musical: Milonga
5. Acorda Brasil
Letra: Cristina Saraiva
Música: Mario Tressoldi
Gênero musical: Canção regional brasileira
6. Prece a Senhora do Rosário 
Letra: Carlos Roberto Hahn
Música: Adriano Sperandir
Gênero: Maçambique
7. O Poeta “Une Verso” 
Letra e Música : Erva Buena
Gênero musical: Canção

Linha: Manifestação Campeira
1. O Recorredor 
Letra: Sergio Carvalho Pereira
Música: Juliano Gomes
Gênero musical: Milonga
2. Alma e Voz de Uma Carreta 
Letra: Matheus Costa
Música: Cristian Camargo e Luciano Fagundes
Gênero Musical: Milonga
3. Y La vida Triunfó 
Letra e música: Rodrigo Jacques
Gênero musical: Chaya
4. Com a Tropilha Por Diante 
Letra: Rogério Villagran
Música: Kiko Goulart
Gênero Musical: Chamarrita
5. Armas Pra Lida 
Letra: Gujo Teixeira
Música: Luciano Maia
Gênero musical: Chamarrita
6. Pra Cá da Cancela 
Letra: Aninha Pires e Leôncio Severo
Música: Mano Junior
Gênero musical: Nativista
7. A Flor de Abóbora
Letra: Edilberto Teixeira
Música: André Teixeira

terça-feira, 7 de abril de 2015

Um tempo fora dos relógios...


A contra luz


A vida é um trem veloz pronto a partir de uma estação
Descem alguns, sobem mais uns e logo, logo já se vão
Já não há tempo para abraços ou conversas demoradas
Quando se vê já está chegando outra vez uma parada

O não viver é somente uma das faces escondidas dessa morte
Que nos conduz, que nos faz frágeis, por saber que é tão forte
Que tempo temos, meu amor, para as pessoas que queremos?
Um dia, talvez, vamos chorar a vida, enfim, que não vivemos


Mas, afinal, qual será mesmo a nossa fruta preferida?
Não será a hora de apreciarmos o porquê do seu sabor?
O mundo corre por aí... deixa então que se vá em sua corrida!
A vida é um flash nada mais, que quando vemos se apagou.


Vemos a curva dessa estrada e há uma outra curva mais além
Qual a razão de tanta pressa, quem é que ao certo sabe bem?
Mariposas cegas vamos todos, em círculos a voar a contra luz
Nesse girar em torno ao nada que a uma manada nos reduz

Quero a quietude solitária de uma tarde frente ao mar
Quero amigos sem urgências com quem se possa conversar
Gastar a hora junto aos meus, pois essa hora não é perdida
Perder tempo é ganhar e nisso está a razão da própria vida.



                                                        Martim César